Hellous,
bem-vinda ao nosso cantinho criativo.
Quero inaugurar esse espaço contando um pouquinho sobre mim.
E para iniciarmos essa jornada, nessa primeira cartinha, quero voltar à minha infância, à criança que fui.
Sabe por quê? Ela nos revela muito sobre quem somos.
Claro que mudamos, amadurecemos, evoluímos.
Mas aquela criança, vivia a liberdade de simplesmente ser. Na maioria dos lares, uma criança não sofre a pressão de ser algo ou deixar de fazer algo (mas lamento que nem todas possam ter essa sorte, ou que tenham uma vida que chame mais cedo a realidade dura).
Eu fui do time que pôde contar com uma família que não podava minha curiosidade e nem minha paixão por criar. Não venho de uma família rica; éramos de classe média, com momentos que o dinheiro não era abundante...
E, sabe, aqui vejo uma oportunidade: minha mente teve a liberdade de experimentar e suprir criando coisas que não pude ter. Na ausência surpreendi criando uma opção.
Se fui uma criança que o pai e a mãe não puderam dar um salão de cabelereiro da super massa, fui aquela que fez sua própria massinha de modelar! Tive a graça de criar minha massinha feita de farinha, ou será que era de maizena?! (acho que testei as duas opções) - e com mãos que vieram com habilidade, pude criar bichinhos, casinhas, bonequinhos.
Se só pude ter minha primeira Barbie aos 12 anos, não tive a pressa, e nem fui acelerada, a deixar de ser criança rápido. Aproveitei! Curti!
E, se não tinha como comprar roupinhas, por que não fazer? E sabe o mais legal?
Tive a alegria de ter roupinhas de Barbie feita por minha avó e por minha mãe <3
Memórias que estão gravadas em mim, lembro do dia que minha prima e eu aprendemos, com nossa avó, o ponto básico de tricô e, do nosso jeitinho, fizemos um colete para nossas Barbies.
Esse é o convite que te faço junto a esse texto:
aqui não tenho pretensão de escrever lindamente, me intitular escritora (não a sou!), mas tenho o desejo de te inspirar e te convidar a ver sua vida com outros olhos.
Eu poderia olhar pro meu passado e lamentar a infinidade de brinquedos que não tive, a roupa da marca X que também não me pertencia naquela época... mas não, esse tipo de coisa não fez falta.
Eu era a criança sorridente, feliz, curiosa, que desenhava, que tinha a oportunidade de fazer tantas coisas com suas próprias mãos! E como elas criaram!
Te convido a fazer o mesmo mergulho: quem era você quando criança?
O que sua versão criança gostava de fazer, o que tirava um sorriso do seu rosto? Olhe para o simples!
Eu me encho de saudade da torta de morango que minha avó preparava no meu aniversário. Na cartinha da moranguinho que ela escreveu, por saber o quanto eu adorava a personagem. E da bala de café, que eu insistia em cortar algumas, e ela, com medo da tesoura, deixava sob sua supervisão, cortar algumas. De ficar à noite, agora ao lado da minha mãe, cortando papel de seda e enrolando num lápis, para fazer um papel de embrulhar bala diferente e assim decorar a mesa de aniversário.
Por sinal, como criança dos anos 80 que sou, as festas não eram como hoje, que você encontra tudo para decorar um aniversário, minha mãe fazia cada decoração. Lamento não ter fotos, bem desse aniversário querido, mas ele está gravado na minha memória e coração: o da Branca de Neve!
A mesa com caminhos de docinhos, "grama" verdinha do embrulho de bala de café e da de coco, cogumelos de cereja, um bolo em forma de casinha, com janelinhas e porta de tablete de chocolate, telhado de bolacha waffer... meu irmão que fazia aniversário perto do meu, dividia a comemoração da data comigo, a festa, em um ano era no dia dele e, no outro, no meu, assim íamos intercalando, então, o bolo dele era a mina dos sete anões, com balinhas fazendo o papel de pedrinhas preciosas... foi lindo!! Sem isopor e coisinhas prontas... a única coisa que a minha mãe comprou foi a Branca de Neve e os Anões, o restante, ela fez cada detalhe! Minha avó ajudava a fazer os docinhos também, era pura magia.
E por que estou te contando isso?
Eu cresci em meio à criatividade, eu fui uma criança criativa. Amo criar, ainda hoje.
Mas... vem a vida agitada, a rotina, a digitalização... e cá estamos nós, uma geração ansiosa, sem tempo de respiro, com excesso de estímulo visuais, por ai vai...
Eu mantive algumas das coisas que gostava de fazer, porém de forma mais esporádica.
E senti falta.
Falta de ser como era, quando criança e adolescente. A adulta que desejou retormar o prazer de fazer coisas com as mãos.
Preciso confessar: sou do tipo que alimenta sua criança interior, já fiz guerra de bexiga d'água no carnaval, adoro me fantasiar, invento pequenas reinações, então, minha criança nunca morreu, mas ela está em fase de ser mais curtida. Essa leveza, diversão, criatividade... nos fazem um bem danado!
E é esse convite que te faço: reativar a sua criança interior.
Por que não fazer colagens, recortes, imprimir suas fotos e falar sobre um momento em seu díario de memórias? Fazer atividades criativas para relaxar e se conectar com você mesma.
Ver a vida com outros olhos, falaremos muito sobre isso no meu blog.
A Celina, de hoje, é dona de um Studio Criativo, um espaço para alimentar a criança interior dela, uma escolha que me fez feliz e realizada, e ainda, criar meu Club de pessoas que acreditam no mesmo: que foram crianças como ela ou que hoje desejam ser uma criança que não puderam ser.
Poderia ter te contado que sou formada em Puplicidade e Marketing, que fiz pós graduação em Design Gráfico e que hoje estou a fazer MBA em Branding... mas o objetivo aqui é outro.
É sobre um novo estilo de vida, ou melhor, um retomar criativo em minha vida, com o desejo de te inspirar a fazer o mesmo.
Mais uma vez, bem-vinda!
Bora criarmos juntas.

Com carinho, Celina.
